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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A-corda

quase estou no terceiro ano de vegetarianismo puro e aplicado (rs). nestes quase três anos verificando o que tem no meu prato, reagindo e questionando, me custaram amigos e curiosos (no mínimo, curiosos).
é incrível a quantidade de pessoas que já me falaram que passaram um tempo sendo vegetarianos e que desistiram, de outros que dizem querer virar um dia, mas que não conseguem ou aqueles que fazem piada do vício (às vezes, inquestionado vício) da carne e sua relação amorosa com este vestígio animal necroso e sangrento (acordei meu adjetivo, agora :O ).

questionar os vícios é um pouco sair da caixa. as universidades propõem isso, mas a vida é indelicadamente, às vezes, sapiensosa para exigir comportamentos novos e questionar atitudes que tomamos sem que nos percebamos. - Opsi, acorda, aí, isso tá errado. (isso quando ela tá educada e fala. o pior é quando ela chega na rasteira e faz você "acordar" de maneira rápida sem pedir licença).

falando em vício, uma empresa que vende produtos alcoolicos coloca outdoors nas avenidas de Recife falando que entende de nossos vícios.
É, fazem entrelaçamento dos nossos costumes caseiros (dormir mais 5 minutinhos antes de acordar, ou sair pra praia dia de domingo, etc) com o fato de que beber pode ser considerado um dos costumes inocentementes diários.

o outdoor inocente (do ponto de vista publicitário) deveria indagar ao consumidor se o que ele faz inocente e diariamente é correto e lhe faz bem. Apenas isso. Não estou discutindo vício ou necessidade físico-moral-afetivo-mental de quem bebe com a bebida. O fato de indagar repelete (e impulsiona?) a pensarmos fora de nós mesmos e é quando a maioria das mudanças (mudar?) acontece e decidimos nos organizar (planejar?). Pois é, lembrando do último post que falamos das 3 coisas difíceis sobre as quais nos colocamos quando estamos a-cor-da-dos.

Estar na corda consciente já é uma grande vantagem àquele que tenta se equilibrar (desastrosamente ou não). Acordar é um processo de despertar que nos rende vários ciclos, até que várias instruções possam ser decodificadas e apreendidas por nós.

De acordar na corda e permanecer equilibrado há uma Grande Espera e paciente devemos ser.
E até ser paciente é difícil.
Taí uma outra palavra para pessoas acordadas: paciência.
Vamos exercitando, programmers. E mudando e tirando bugs desse grande artifício-homem, que corajosamente aceitamos investigar. No pior caso, haveremos de reiniciar e começar de novo. Ah, vamos pensar no caso médio: aprender. E no melhor caso: compilarmos, continuarmos, ascedermos.

Isso me lembrou alguns sonhos nos quais fui um programa em C (agora, imagine, a quantidade de endereços de memória, for, while, if e elses e você dentro tendo que organizar).

Pois é, vamos lá, que a corda as vezes balança só de brincadeira pra ve quem tá acordado.

Um comentário:

  1. Texto muito bom, Fernando!
    Um questionamento ao estabelecido com certo, saudável, aceitável ou mesmo costumeiro.
    São estes vícios que acabam com nossos centros, tanto do ponto de vista de funcionamento da máquina quanto da nossa (r)evolução possível.

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